Baden Powell: O violão vadio da MPB
Baden Powell de Aquino(1937-2000), ou simplesmente Baden Powell nasceu em 6 de Agosto de 1937 na pequena cidade de “Varre-e-sai” no Rio de Janeiro, seu nome foi uma homenagem ao fundador doescotismo o General britânico Baden-Powell.
Seus primeiros ensinamentos vieram com o pai ainda muito cedo, com cerca de 8 anos. Seu pai foi quem lhe ensinou seus primeiros acordes, após absorver todo o conhecimento musical de seu pai, Baden começou a estudar com o mestre Jayme Florence, conhecido como “Meira”. Aos 10 anos de idade o menino prodígio Baden Powell se apresentou no programa “Papel Carbono” na Rádio Nacional, executando uma música de Dilermando Reis. Terminado o ginásio Baden se tornou violonista da Orquestra da Rádio Nacional fazendo apresentações por todo o Brasil.
Nos anos 50 atuando na “Boite Plaza” em Copacabana conheceu um certo jovem; Antonio Carlos Jobim. No DVD “Velho Amigo” Paulo César Pinheiro afirma: “Todos que vieram depois deles, inclusive eu, tiveram influencia direta deles dois (Jobim e Baden)” , ou seja, a base da Música Popular Brasileira e de todos aqueles que viriam ,teriam alguma influência ou de Jobim ou de Baden.
Durante os anos de 1950 Baden Powell se tornou um músico muito popular e requisitado na noite carioca e sua fama se espalhou rapidamente, neste primeiro período nasceram as músicas: “Deve ser amor”, “Não é bem assim”, “Rosa flor”, “Samba triste”, “Conversa de poeta” entre outras.
Nos anos 60 fez uma parceria histórica com o “poetinha”, Vinicius de Moraes com quem compuseram diversas músicas, estas clássicos da “Bossa Nova” . Os Afro-Sambas foi o trabalho mais notável desta dupla, misturando instrumentos do Candomblé e do Umbanda. Em 1966 foi lançado o álbum “Afro-Sambas” de deu origem a músicas como “Canto de Ossanha”, “Berimbau”, entre outras.
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Baden Powell e Vinicius de Moraes |
Outro compositor de grande relevância parceiro de Baden foi o letrista “Paulo César Pinheiro”, as letras dele se encaixaram perfeitamente as melodias de Baden, nesta parceria surgiram sambas como: “Cai dentro”, “Aviso aos navegantes”, “Samba do perdão” e “Vou deitar e rolar”.
Ainda nos anos 60 Baden Powell a sugestão de Vinicius de Moraes vai para a Europa onde acreditaria ter mais espaço para o violão que nos EUA. Em 1962 Baden vai para Paris permanecendo por 20 anos e depois alguns anos na Alemanha em Baden-Baden. A partir de sua estadia no exterior Baden deu início a uma carreira internacional, fazendo parcerias com grandes nomes da música como: Stéphane Grappeli, Michel Legrand, Liza Minelli, Claude Nougaro, entre outros.
Baden Powell deixou um legado de genialidade e virtuosidade, ganhou reconhecimento mundial e um enorme contribuição para Música Popular Brasileira. É considerado um dos grandes violonistas de todos os tempos e é lembrado por mesclar as raízes afro-brasileiras em sua música com o violão erudito. Gravou mais de 70 discos ao longo de sua carreira.